A Bíblia Católica
Durante cinco séculos a versão Douay-Rheims da Bíblia permaneceu como padrão das traduções da Bíblia em inglês para os Católicos Romanos de todo o mundo. Como primeira e também a mais duradoura tradução da Vulgata Latina, a Douay-Rheims foi traduzida nos finais do século XVI por iniciatia de Gregory Martin. A sua popularidade cresceu rapidamente entre os católicos ingleses - tornando-se parte essencial da identidade católica durante a contra-reforma inglesa - tendo sido re-impressa centenas de vezes durante os séculos que se seguiram.
Este é um pequeno estudo em que se comparam as duas das versões da Bíblia católica mais conhecidas, a Vulgata Latina e a Douay-Rheims, com outra versão em língua inglesa - a versão do Rei Jaime (Tiago) ou King James (KJV) [see ver: KJV - Vulgata - em paralelo]
- A tradução latina mais cohecida - a Vulgata Latina [Vulgate] foi feita por São Jerónimo, sob patrocínio do Papa Damásio, tendo a sua primeira edição em 383 DC.
Foi traduzida inicialmente do Septuaginto, a versão grega do Antigo Testamento, mas a versão revista em 405 DC era:
AT [Antigo Testamento] do hebraico (S. Jerónimo considerou que o grego não era o adequado e traduziu-o de novo.), e novas traduções para Latim dos Salmos (o chamado Saltério Gallico)
O NT (Novo Testamento) foi compilado, essencialmente, a partir das versões em Latim que já existiam. A Bíblia de 80 livros (39 AT, 14 A, 27 NT) foi revista e corrigida através dos anos, as primeiras versões impressas foram a respeitadas edições da Universidade de Paris, do século XIII.
Em 1546 o Concílio de Trento decretou que a Vulgata era a autoridade bíblica exclusiva em Latim. Requeria que a sua impressão fosse feita com o mínimo de erros possível, o que resultou na chamada versão da Vulgata do Papa Clementino (VIII), de 1592, com 80 livros. Tornou-se no texto Bíblico com a mais alta autoridade na Igreja Católica Romana. A partir dessa versão foi traduzida a da Confraria, em 1941 e em 1965, cuja edição revista foi autorizada pelo Concílio Vaticano II. Em 1582 Roma proclamou o seu Édito de "Só Latim" e o preambulo da Grande Bíblia chegou ao fim. Em 1609-10 a Bíblia Douay/Rheims foi publicada. A primeira tradução católica em inglês (80 livros), traduzida da Vulgata (uma desvantagem) que se tornou a semente bíblica de todas as versões da Bíblia católica - No entanto, este importante evento foi ofuscado no ano seguinte. Em 1611 o rei Jaime colocou o seu nome na "King James", a 3ª versão autorizada, utilizada por muitos até ao presente, e criticada por alguns como agarrada ao passado. Era uma obra-prima, o culminar do trabalho desenvolvido durante o século XVI. Incluía o melhor do que já tinha sido feito em estilo, prosa, divisão de capítulos e versículos e de tradução muito precisa. Um passo literário e espiritual gigantesco, o que para aquele tempo era impressionante. Estava baseada na Grande Bíblia e em vários textos TR (textus receptus) com a influência da Vulgata. Reinou suprema até 1881. Uma revisão substancial da Bíblia Douay-Rheims foi publicada em 1752, uma Bíblia Católica traduzida por Richard Challoner. Challoner, um bispo inglês convertido ao protestantismo, usou extensivamente a versão KJV no seu trabalho de tradução. A edição revista de Challoner da Bíblia Douay-Rheims ainda é utilizada hoje em muitas Igrejas Católicas. A Douay-Rheims correntemente no mercado também não é a versão original de 1609. Tecnicamente é chamada de versão Douay-Challoner porque é uma revisão da Douay-Rheims feita em meados do século XVIII pelo Bispo Richard Challoner. O bispo Challoner actualizou a Douay substituindo muitas palavras arcaicas (por exemplo, "blood" em vez de "bloud"). Ele consultou também manuscritos Gregos e Hebraicos antigos, o que significa que a Bíblia Douay correntemente no mercado não é uma tradução directa da Vulgata (Jerónimo) (o que muitos dos seus defensores não se apercebem).
- Se pretende fazer um estudo sério da Bíblia, uma tradução literal, como a KJV (não denominacional ou inter denominacional) ou a DRC (Católica) é o que precisa (a versão JFA, em português, é a que mais se assemelha à KJV). Isto permite que consiga compreender melhor as implicações detalhadas do texto, embora seja mais difícil de ler. Também evita ter que se preocupar com os diversos pontos de vista dos tradutores que não se poupam em colorir o texto. Uma segunda questão que é preciso colocar é se pretende uma tradução moderna ou antiga. Versões antigas, tais como a KJV (JFA em português) ou a Douay-Rheims, soam mais dignas, autoritárias e inspiradas. Mas são ligeiramente mais difíceis de ler e entender porque o inglês mudou em quase 400 anos desde que foi feita a sua tradução (JFA é do século XVII)
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No entanto, um dos inconvenientes em usar algumas das traduções modernas é que não usam a versão tradicional de algumas frases e o leitor pode achar isso problemático.
Por exemplo, a maior parte das pessoas já ouviram o versículo em Isaías 9 que diz:
"For to us a child is born, to us a son is given, and the government will be on his shoulders.
And he will be called Wonderful Counselor, Mighty God, Everlasting Father, Prince of Peace" (Isaiah 9:6 - KJV ).
A versão "New American Bible" (uma vesão moderna católica) oferece esta tradução:
"For a child is born to us, a son is given us; upon his shoulder dominion rests.
They name him Wonder-Counselor, God-Hero, Father-Forever, Prince of Peace" (Isaiah 9:5, NAB).
Esta versão católica, por sua vez varia de outra versão católica, a DR (Douay-Rheims) que diz:
“For a CHILD IS BORN to us, and a son is given to us, and the government is upon his shoulder:
and his name shall be called, Wonderful, Counselor, God the Mighty, the Father of the world to come, the Prince of Peace.”
[Isaiah 9:6].
Imaginemos escutar no Messias de Handell (Handell's Messiah), "For unto us a Child is Born" (Porque um filho nos nasceu) - cuja letra provém da KJV, ser cantado na versão NAB de 'God-Hero, Father-forever' ... Se aprecia o Messias de Handell o
"Halleluya Chorus" [som], cuja letra são simplesmente versículos bíblicos, como tantos católicos em todo o mundo, sabe bem que não é possível cantar esta obra-prima usando qualquer outra versão que não a KJV. Excepto se, possivelmente, se usasse a versão mais antiga da Bíblia católica em inglês, a Douay-Rheims, que é muito próxima da KJV.
Mas, mesmo outras versões da Bíblia católica são por vezes confusas quando comparadas umas com as outras: a Bíblia Pastoral (Pastoral Bible), por exemplo, apresenta uma versão desse mesmo versículo (Isaías 9:6), que é completamente igual ao da KJV, mas coloca-o como versículo 5 (quando devia ser 6), resultando numa apresentação diferente das outras Bíblias católicas [?]. - KJV: 'Jesus answered, Verily, verily, I say unto thee, Except a man be born of water and of the Spirit, he cannot enter into the kingdom of God. [John 3:5]
Vulgata: respondit Iesus amen amen dico tibi nisi quis renatus fuerit ex aqua et Spiritu non potest introire in regnum Dei [John 3:5]
Douay-Rheims: Jesus answered: Amen, amen I say to thee, unless a man be born again of water and the Holy Ghost, he cannot enter into the kingdom of God. [John 3:5] - O original na Vulgata (a versão católica com mais autoridade) não diz Spiritus Sanctus (Espírito Santo) como em João 14:26, mas somente Spiritus - o que a KJV confirma.
A Douay-Rheims, neste caso, adicionou a palavra "Holy" (Santo)
A KJV foi traduzida dos originais em grego e hebraico, tais como a Vulgata, que precede a DRC. - [Grego, Latin e Inglês em paralelo AQUI]
- Assim, a KJV e a Vulgata provêm basicamente da mesma fonte. A semelhança da Vulgata com a KJV mostram isso mesmo.
- Pelo exposto supra, podemos deduzir que a KJV deveria ser mais fácil de aceitar pelos católicos do que outras versões católicas modernas, isto porque a versão católica autorizada por muitos séculos, foi sempre a Vulgata Latina, e a KJV é comprovadamente mais alinhada com a Vulgata do que as versões católicas modernas. Em 1943, na Encíclica Divino Afflante Spiritu, o Papa Pio XII declarou que a Vulgata, tendo sido usada pela Igreja Católica por tantos séculos, provou estar livre de erros doutrinais e morais.
- Os livros apócrifos são uma selecção de livros que foram publicados na versão original de 1611 da KJV. Estes livros foram posicionados entre o Antigo e o Novo testamentos (também contêm mapas e genealogias). Os apócrifos foram parte da KJV por 274 anos até serem removidos e 1885 DC. Uma porção destes livros era chamada de livros deuterocanónicos por algumas entidades, como a Igreja Católica.
Muitos reclamam que os apócrifos nunca deveriam ter sido incluídos, suscitando dúvidas sobre a sua validade e sustentando que não eram inspirados por Deus (por exemplo, uma referência sobre magia parece inconsistente com o resto da Bíblia: Tobias, capítulo 6, versículos 5-8). Outros creem que são válidos e que nunca deveriam ter sido removidos - que foram considerados parte da Bíblia durate quase 2000 anos antes de terem sido recentemente removidos há pouco mais de 100 anos. Alguns dizem que foram removidos por não se encontrarem nos manuscritos originais em hebraico. Outros reivindicam que não foram removidos pela Igreja mas pelos tipócrafos a fim de reduzirem os custos de distribuição da Bíblia nos Estados Unidos. Ambos os lados têm tendência a citar os mesmos versículos que avisam sobre o adicionar ou retirar partes da Bíblia: Apocalipse 22:18. A palavra apócrifo significa escondido. Alguns dos Manuscritos do Mar Morto, com data anterior a 70 DC, contêm partes dos livros apócrifos em hebraico, incluindo Sirácida e Tobias. Lembre-se ao ler os livros apócrifos do que disse Martinho Lutero: "os apócrifos - ou seja, livros que não são considerados iguais às escrituras sagradas, são úteis e bons para ler. - Ligações aos livros apócrifos